Fazes de meu corpo casulo.
Teu ventre minha coberta.
Pele branca, nudez pronta.
As línguas se lambuzando.
Depois tuas pernas no meu ombro.
Com os seios vai beijando.
É linda a madrugada de setembro.
Nossos corpos se encaixando.
Sorri um sorriso parecido com pranto.
Pranteia a lua, a tarde vai se pondo.
Somos dois amantes à deriva.
Nossos quadris se entrelaçando.
Com um leve toque de mãos
tomba a noite (a noite) e o dia insano.
Fazes de mim objeto estranho.
Dentro de ti eu vou entrando.
Finda a existência.
Eu morri e bem sei que também morrestes.
És de uma beleza sem precedentes.
Tu vais se lambuzando no meu leite.
Boca e língua, pele e pelo, pelo e pele.
A nossa cama está repleta.
Estrelas, vozes e desejos.
És linda, lasciva... Ah, és perfeita!
Mordes no pescoço, solto os braços.
Te aperto contra o ventre.
Continua os movimentos continuos.
Essa é a nossa ginástica, essa é a nossa agonia.
Você agora de bruços.
Bunda pra cima, boca pra baixo.
Com um apelo super apaixonado
vou devassando teu íntimo.
Nã há mais vozes e sutilezas.
Você deitada na cama, você é uma princesa.
Tuas pernas trêmulas, voz rouca.
Roubamos o infinito pra nossa surpresa.
* * *
Meu corpo deixou de ser casulo.
teu ventre não é mais coberta.
Volto para casa pálido e sozinho.
És linda, porém a noite é mais bela.
" Viajo como um bêbado "
ResponderExcluirEu nunca vi bêbado tão sobrio.
Tu escreves com lápis ou caneta,
as letras saem de uma cor só.