sexta-feira, 24 de abril de 2009

Boca e Língua


A boca necessita da pele
assim como a tua pele grita pela minha.
Pernas e braços entrelaçados,
corpos desfeitos, tua boca na minha.

Morde minha língua, meu pescoço,
unha minhas costas,
rouba meu passado
pela volúpia de teus olhos.

Que seja enfadonho este poema (!).
O que quero mesmo
é me perder no calor de tuas pernas,

sugar de teu ventre o enlevo,
no êxtase tê-la nua outra vez
E na lascívia de teu seio morrer.

Inocência


Primavera gentil e delicada
onde crianças nuas
devoram os restos de manhã...`
Ó manhã insonsa de setembro!


Dezembro frio de louco afã...
Passam os dias e morrem as horas...
Ontem estive com você
encaixado nas parades da memória.


Faraós destroem pirâmides...
A vida segue-se fria...
Flores apodrecem nos esgotos...


Intelectuais vomitam pós palestras...
Putas devorando restos de ilusão...
Em meio ao caos sorrio tal e como eles.

domingo, 19 de abril de 2009

Oscar

(mais uma vez grilado porque essa porra de teclado ta uma merda e por não saber excluir texto do blog retransmito o conto mais uma vez...)

Revirando nos escombros de olheiras profundas e cansado devido a mais uma noite de insônia 'colhendo flores nuas no abismo' como digo em um soneto em meu quarto (templo da ociosidade e sacanagem) percebo papéis, lembranças antigas e o odor fétido do passado. Mechendo com mais calma, na estante me deparo com inuméros livros ( autores como Rimbaud, Baudelaire, Edgar Allan Poe, Allen Gisnberg, kafka...) eu encontro algumas velharias e textos que escrevi a alguns anos. Retransmito agora nesse blog um conto que escrevi a cerca de seis anos atrás cujo título é Oscar. Para não perdê-lo no tempo e no espaço aí está o texto (embora eu pense hoje em dia um pouco diferente do que naquela época:

Oscar dormia... dormia em seu sono de resignação. Tudo o inspirava... suas conquistas, seus amores, suas vitórias, suas derrotas... Tudo o inspirava.Seus passos pouco confundíveis o guiavam em sua viagem astras perdida no seu mais obscuro inconsciente. As estrelas tridimensionais de suas lembranças eram como dois carros velozes lançados no céu escuro: um que ia para frente, outro para trás.Certo de sua loucura, Oscar, que carregava em sua fronte um aspecto sombrio marcado pelos golpes cruéis da existência, sabia que em poucos instantes a dura realidade voltaria à tona... uma rotina manchada pelo trabalho que não o oferecia prazer algum, o convívio diário com pessoas que não faziam parte de seu mundo particular, as horas estressantes açoitadas em um planeta basicamente capitalista e inescrupuloso.Ah, era o peso descomunal da luta pela sobrevivência!...E no último trovoar de sua imaginação, no último respingo de suas idéias alucinógenas e reais e um pouco antes da merencória cor da noite dar lugar ao tropicalismo escaldante do dia, Oscar deitado na beira da cama, disse a si mesmo com sua voz ressecadam resultado de anos de cigarro:- Ora, ora... só um ser ultrapassado, um tanto romântico e sonhador para ainda crer em sonhos, política, amor, justiça... sem se corromper.

Sagrado

Nas planícies solitárias
plagas propícias ao devaneio.
O olho é uma chaga. Paulo de tarso,
beatitude, claridade.

Coração cheio de saudade.
Infância desprotegida.
A roupa é o manto do pecado.
Ah, desnudem tuas almas!

Copulação oral, falsas faces.
A crença é uma visão de assassinato.
Ah, me vendam um pouco de verdade!

Coração cardíaco, Sagrado.
Penso novamente em assassinato.
Não matarás o olho, não furtarás a verdade!

Oscar

Revirando nos escombros de olheiras profundas e cansado devido a mais uma noite de insônia 'colhendo flores nuas no abismo' como digo em um soneto em meu quarto (templo da ociosidade e sacanagem) percebo papéis, lembranças antigas e o odor fétido do passado. Mechendo com mais calma, na estante me deparo com inuméros livros ( autores como Rimbaud, Baudelaire, Edgar Allan Poe, Allen Gisnberg, kafka...) eu encontro algumas velharias e textos que escrevi a alguns anos. Retransmito agora nesse blog um conto que escrevi a cerca de seis anos atrás cujo título é Oscar. Para não perdê-lo no tempo e no espaço aí está o texto (embora eu pense hoje em dia um pouco diferente do que naquela época):

Oscar dormia... dormia em seu sono de resignação. Tudo o inspirava... suas conquistas, seus amores, suas vitórias, suas derrotas... Tudo o inspirava.
Seus passos pouco confundíveis o guiavam em sua viagem astras perdida no seu mais obscuro inconsciente. As estrelas tridimensionais de suas lembranças eram como dois carros velozes lançados no céu escuro: um que ia para frente, outro para trás.
Certo de sua loucura, Oscar, que carregava em sua fronte um aspecto sombrio marcado pelos golpes cruéis da existência, sabia que em poucos instantes a dura realidade voltaria à tona... uma rotina manchada pelo trabalho que não o oferecia prazer algum, o convívio diário com pessoas que não faziam parte de seu mundo particular, as horas estressantes açoitadas em um planeta basicamente capitalista e inescrupuloso.
Ah, era o peso descomunal da luta pela sobrevivência!...
E no último trovoar de sua imaginação, no último respingo de suas idéias alucinógenas e reais e um pouco antes da merencória cor da noite dar lugar ao tropicalismo escaldante do dia, Oscar deitado na beira da cama, disse a si mesmo com sua voz ressecadam resultado de anos de cigarro:
- Ora, ora... só um ser ultrapassado, um atnto romântico e sonhador para ainda crer em sonhos, política,a mor, justiça... sem se corromper.

domingo, 12 de abril de 2009

Assalariados


De frente a um espelho
que reflete as muralhas da vida
vou cortando minha face
com uma navalha, cuspindo sangria.

Sendo sangue e não saliva
o cuspe ergue edifícios
mesclando-se a fumaça
que vomita das fábricas.

Sendo sangue e não saliva
sendo noite e sendo dia
nas fábricas a Morte ilumina
a fila dos suicidas,
dos desamparados, dos operários
de frente a espelhos quebrados.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Rosa

Me perguntem quem é o Presidente da República.
Qual é o nome do meu curso.
Por quem me apaixonei, o que pensei,
o que almocei e então lhe direi... Nada sei.

Vazio fundo de úlcera esmagada.
Sinto calor por fora e por dentro Nada.
No ônibus nos abraçamos, nos beijamos, nos comemos
e você como sempre calada.

Minha mão no meio de suas pernas
e a multidão ali tonta, alienada
não vê absolutamente nada.

Sorrisinho apaixonado
e minha mão ainda no útero: fundo, fundo, fundo...
A minha mão é o resultado do meu tumulto.

Nas asas do Abismo

A Morte cria asas
onde antes era o abismo.
Na rua 17 com a Paranaíba
o ósculo nogento, o vermecida.

Lustre soberano, a nossos instintos
a nossos carinhos
cadê a alma amiga
que nos prometeu o paraíso?

Olha... Olha lá embaixo, meu amor.
Poderemso ser mais um suicida
colhendo flores nuas no abismo.

Soldados embiológicos,
alecrins da solidão; na rua 9
compramos mais um tablete de ilusão.

Riso Frenético

(Memórias de um feto no ventre de Deus)

Anjo desnudo em frente do espelho
(nu em pelo)
como um feto entalado no ventre
como a Morte vomitando desespero.

Como uma poesia submersa
amassada no bolso esquerdo da calça.
Como a vitamina e os remédios
espalhados na escrivaninha do quarto.

Além disso tudo um câncer entalado no pâncreas,
e no pâncreas a vida cessando,
a vida nos olhos devorando.

E ele ri e ri e ri compulsivamente
nu em pelo
como um feto entalado no ventre.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Marília

A gente deitado na rede
(pele com pele) boca na boca.
Só você entende o que digo.
Vozes sussurram no sereno.

O vendaval se segue no silêncio.
Eu acaricio teus cabelos.
Te vi por uma questão de tempo. Você não dorme,
é o que tuas olheiras mostram.

Atravessamos a cidade de ônibus.
Você me fala sobre teus desejos.
Eu apenas acompanho o movimento dos teus lábios

e novamente voltamos aos desejos.
Teu nome é Marília. És linda como orvalho infinito,
perfeita como noites mal dormidas.

domingo, 5 de abril de 2009

Latifundiários do prazer


Segue aí um dos meus desenhos,

e esse título aí vem do grande músico Tom Zé,

um dos atos do disco 'estudando o pagode'

resultado de uma pesquiza dele em relação a mulher, ao feminismo e a forma fria com que o homem trata a mulher como se fosse apenas um simples objeto sexual. Ele diz ue o homem está preocupado em desnudar a mulher e não desnudar sua alma.


"...O código de princípios da obra de Tom Zé é regido pela presença feminina, pela mitologia, pelo caráter ritualístico, pelo jogo de palavras, por recorrências e citações, pelo experimentalismo sonoro e por mensagens na área sócio-econômica." Zuza Homem de Mello


A música de Deus

Ouço um som do alto
Da colina. Sentindo arrepiar
desde a alma aos cabelos do sexo
numa louca agonia.

A melodia ao acaso.
Ao descompasso do amor.
Sentindo na dor até prazer.
Nos olhos rasos um brilho sem cor.

Hare Krishna. Hare Krishna. Cristo.
No século vazio, na vã ciência
saldemos a magnífica Sodoma!

Vejam todos: o homem crucificado!
Interrompam o feto para que a luz glofifique
o que foi da carne molestado.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Olhos


Eu ouço teus lábios da mesma forma que teus olhos. Mil cordas se desprendem do coração. Ouço um som suave, cristalino, límpido clamando meus olhos a teu ventre opaco e quente como a noite. Um milagre sucedido de outro. Paisagens e cores e risos a luz da manhã. O que agora poderia dizer? A quem me entregar? O que procurar? O que prever? Há um propósito para tudo. Bem eu sei. Até para a Morte. Até para a vida. Talvez mergulhar no mar... Senti-la outra vez, ouvir o canto dos pássaros, a beatitude que um sorriso proclama; jardins paradisíacos, vastos caminhos: a existência – existência sem limites – o desejo, a volúpia – sol pulsando mais forte iluminando os corpos em desalinho... tudo mais... corpos e corpos... olhos gentis e o que se sucede após ser devorado por esses olhos, esses olhos, esses olhos, olhos, olhos, olhos... lábios presos aos olhos, preso em ti, preso em mim... em teu olhar... Morte... descampado... gramado... a plenitude... a vida... A Morte.

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