Revirando nos escombros de olheiras profundas e cansado devido a mais uma noite de insônia 'colhendo flores nuas no abismo' como digo em um soneto em meu quarto (templo da ociosidade e sacanagem) percebo papéis, lembranças antigas e o odor fétido do passado. Mechendo com mais calma, na estante me deparo com inuméros livros ( autores como Rimbaud, Baudelaire, Edgar Allan Poe, Allen Gisnberg, kafka...) eu encontro algumas velharias e textos que escrevi a alguns anos. Retransmito agora nesse blog um conto que escrevi a cerca de seis anos atrás cujo título é Oscar. Para não perdê-lo no tempo e no espaço aí está o texto (embora eu pense hoje em dia um pouco diferente do que naquela época):
Oscar dormia... dormia em seu sono de resignação. Tudo o inspirava... suas conquistas, seus amores, suas vitórias, suas derrotas... Tudo o inspirava.
Seus passos pouco confundíveis o guiavam em sua viagem astras perdida no seu mais obscuro inconsciente. As estrelas tridimensionais de suas lembranças eram como dois carros velozes lançados no céu escuro: um que ia para frente, outro para trás.
Certo de sua loucura, Oscar, que carregava em sua fronte um aspecto sombrio marcado pelos golpes cruéis da existência, sabia que em poucos instantes a dura realidade voltaria à tona... uma rotina manchada pelo trabalho que não o oferecia prazer algum, o convívio diário com pessoas que não faziam parte de seu mundo particular, as horas estressantes açoitadas em um planeta basicamente capitalista e inescrupuloso.
Ah, era o peso descomunal da luta pela sobrevivência!...
E no último trovoar de sua imaginação, no último respingo de suas idéias alucinógenas e reais e um pouco antes da merencória cor da noite dar lugar ao tropicalismo escaldante do dia, Oscar deitado na beira da cama, disse a si mesmo com sua voz ressecadam resultado de anos de cigarro:
- Ora, ora... só um ser ultrapassado, um atnto romântico e sonhador para ainda crer em sonhos, política,a mor, justiça... sem se corromper.
As Ondas do Mar
Há 3 meses
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