Ó Antonin Artaud, tu és para mim
um anjo devasso, devasso de toda nobreza.
Embevecido em tua destreza
torna-me louco, bandido, profeta.
Que seu teatro se erga nos desvios
singulares poupados pela alma.
Sangue e vertigem (delírio). Ó tragédia
reina nos meus olhos tua beleza!
Ausente, mudo, nebuloso, fechado.
Ó grande solitário, grande porcaria.
Os dias passam! (carros em velocidade...)
Que seu teatro permaneça vivo assim como
Rimbaud, Verlaine, Drummond, Lautréamont,
sem que a paz cesse a voz do silêncio.