O olho é uma luz revestida de desejo
palavras alheias perdidas no tempo.
Terra selvagem, cabelo desfeito
você parada na minha frente
corpos em desalinho, noites inquietas.
Marinheiros perdidos no barco
à margem de uma existência vã,
crianças submersas em pútridos desfiles
lances de jóias e albergues fúnebres
à lua que se vai solitária
pelo tempo o todo se forma ao Nada.
Tonto e enlouquecido de nostalgia
livros dispersos sobre a escrivaninha
páginas destruídas de ira e tensão
só você em minha mente
só seu sorriso brilhando na escuridão
só seus lábios vermelhos e sensuais
na vasta imensidão.
Corpos contraídos, desencontrados
a chuva inundando gerações
agarro tua coxa, escondo meu passado
“A Morte ressurge” e a xingo
:essa nefasta dama que devora ilusões...
e a abandono e continuo contigo
livre de todo temor e raiva...
Gametas unidos, você linda
xamã em transe mediúnico
arcanjo em desejo e ventura
plácidas regiões de paz e carinho...
Flores pubianas
só o teu sorriso e nada mais!
só teus lábios, teus lábios
e nada mais!
Flores pubianas, noite quente
sempre um verso no bolso da calça
ontem não dormi, aliás permaneço
alheio as ordens e costumes
não dormi e isso é tudo!
Com uma faca te esquartejo,
arranco tuas tripas e teu talento
ó Morte, jovem dama nefasta...
A abandono e continuo contigo (só contigo)
Livre de todo temor e raiva
Livre até de mim mesmo.
Fúria, revolta, desejo...o que vc escreve sempre me faz sentir muito isso, e traz também uma certa paz, não ela em si...mas um sôssego inquieto.
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